AQUELE QUE ESTÁ LENDO ESTE TEXTO E NUNCA TEVE PROFESSOR QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
No centro das inúmeras reivindicações dos professores com relação a melhorias salariais e de condições de trabalho podemos detectar a criação de uma deficiência mortal na formação da sociedade: a falta de reconhecimento, em outras palavras, deveria ser chamado de insanidade governamental, traduzindo para o popular, burrice administrativa, e que me perdoem os burros.
Parafraseando a icônica frase bíblica: Nem só de salário vive o professor, mas de toda eventual dignidade provinda da sociedade que ele constrói. É bem verdade que os problemas dos professores brasileiros vão bem além dos baixíssimos salários, passam sobre pontos críticos como a falta de reconhecimento social, a violência nas escolas, a falta de corporativismo, o desgaste físico e psicológico, dentre outros fatores que gradativamente avariam o tesouro do crescimento nacional. Sei que os governantes não olham com bons olhos a imprescindível necessidade de se valorizar financeiramente o profissional mais fundamental para o crescimento da sociedade, porém, como será que pensam os pais que atribuem também aos professores as competências de educação que deveriam ser aplicadas em casa, aqueles que adoram que os filhos permaneçam nas escolas para se livrarem da necessidade de torná-los cidadãos de bem?
O que acham os alunos das sucessivas greves e paralisações? Será que concordam pela causa em si, ou concordam
pelo fato de não precisarem ir para a sala de aula? Erroneamente a sociedade brasileira estabelece algumas profissões como importantes: médicos, advogados, engenheiros e mais alguns pouquíssimos profissionais são postos num patamar acima dos outros. Pergunto a qualquer um profissional destas áreas ou de outras se eles concordam com a desvalorização do professor. Peço, por favor, que não sejam hipócritas, respondam de acordo com o que os seus corações assim dizem. Tudo bem que o Brasil investe em Copa do Mundo e Olimpíada, mas você investe pelo menos pensamento positivo na causa dos professores?
Não podemos desconsiderar que fatalmente a queda de braço entre governo e professores só tem um prejudicado: o próprio Brasil.
As palavras do professor em sala de aula ecoam nos consultórios médicos do futuro, nos tribunais, nas reuniões empresariais, nas tribunas parlamentares, nos palanques. A ausência da educação de qualidade ecoa nos ouvidos dos desempregados, presidiários, eleitores alienados, dentre outros. De que lado estamos? Que grito ouvimos mais alto? De que forma agradeceremos aos nossos mestres? Estas respostas não podem ser interiorizadas, precisamos nos expressar e levantarmos aqueles que foram o nosso passado, são o nosso presente e são responsáveis pelo nosso futuro.
Desculpe aos que nunca tiveram mestres e que certamente não estão lendo estas palavras, mas existe um bando de gente que só quer que vocês aprendam a sufragar alguns números numa caixinha chamada de urna, o resto não os interessa muito.
Da Redação: com ( Texto de JG )
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